domingo, 5 de agosto de 2012

Primeiro dia do curso Leituras do séc.XXI

No último sábado, iniciou o curso de Leituras do Séc XXI. 



Com a participação do Prof. Dr. Ricardo Barberena e mediação da Profa. Dra. Léa Masina, a mesa teve como objetivo, através de uma abordagem teórica, apresentar um painel da Literatura Contemporânea.
Barberena partiu do ponto de que a Literatura Contemporânea é avessa à característica do sistema de semelhanças, das chamadas "caixas de aço". Sendo livre, não pretende estabelecer paradigmas históricos, fixos.
Recuperando conceitos de Benjamim, como polifonia estética e multicentrismo, propôs um olhar da literatura pelo viés da Epistemologia Constelar e da Epistemologia Rizomática.

A primeira, a constelação  como negação do centro estético, pretende mudar o regime do pensamento e, como consequência, desestabilizar o canône. Já no sistema rizomático, qualquer pensamento pode ser tanto início quanto ser fim. O olhar teórico é sempre em paralaxe - os conceitos de cêntrico e periférico são abalados: não importam mais as raízes, logo, a relação de débito de uma obra à outra desaparece.
Após a exposição dos conceitos teóricos, Barberena propôs dez elementos possíveis para se elucidar a literatura contemporânea. Pontos que, apesar de importantes, lembrou o professor, não são epistêmicos. São eles: fragmentação, hibridez, intertextualidade, auto-ficção, desgramatização, nostalgia e literatura e liberdade. Para cada item, Barberena indicou exemplos de autores que utilizam de um ou mais elementos na escritura de suas obras.
Também foram discutidos os cinco eixos, propostos por Ana Beatriz Rezende, para a Literatura Brasileira Contemporânea: violência e brutalidade no espaço público; relações primárias, tanto na família quanto no trabalho e indivíduos decompostos; narrativas fantásticas; relatos rurais, seguindo tradições regionalistas e a metaficção.
Barberena alertou que tais possibilidades não devem ser tratadas como um vale-tudo rizomático. São mais importantes como licenças poéticas no pensar e trabalhar a literatura. Afinal, para ser capaz de discutir o texto contemporâneo, o sujeito precisa ter passado pelos textos clássicos.


A mesa foi encerrada com a participação do público, instigado pelo discurso de Ricardo Barberena. 

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