QUESTÕES DA PÓS-MODERNIDADE: A NOÇÃO DE
CONTEMPORÂNEO
Na manhã de sábado, 6 de abril, aconteceu a palestra de abertura dos Seminários Leitura do séc. XXI 2013.
Ouvimos o Prof. Dr. Ricardo Barberena, que falou sobre a noção de contemporâneo e apresentou a leitura da obra Ó, de Nuno Ramos.
Duas questões serviram de introdução para a fala de Barberena.
Duas questões serviram de introdução para a fala de Barberena.
Por que falar de autores do
século XXI?
O livro “Ó”, do artista plástico
e escritor NUNO RAMOS, foge às tipologias habituais que se relacionam à forma
(romance, conto, novela, etc) e mesmo às classificações genéricas de narrativas
ou líricas. Foi objeto de premiações nacionais, dentre as quais o prêmio
PORTUGAL TELECOM (2009).
O QUE É SER CONTEMPORÂNEO? Ser contemporâneo de quem?
Segundo Agamben trata-se de uma
atitude crítica, não mais de uma relação entre sincronia e diacronia. O
contemporâneo é o intempestivo, uma “vértebra quebrada no dorso da história“,
conforme Nuno Ramos. Essa noção advém das colocações de Walter Benjamin e antes
dele, de Nietsche. Não se trata de uma questão ontológica ou apriorística, mas
de uma atitude crítica de discronia. Essa atitude impede o tempo de ser composto.
Pode-se falar também de uma visão
no escuro, na ausência da luz, quando o que se obtém é um produto da
retina.
Os contemporâneos são
interpelados pelo escuro de seu tempo. Recebem no rosto o facho das trevas que
provém do seu tempo. Pode-se falar numa “visão crítica” que permite olhar as
trevas. Os contemporâneos são raros: trata-se de uma questão de coragem para
desalojar o “status quo” vigente. Isso
implica ir contra a consensualidade e as ideologias.
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