sábado, 27 de abril de 2013

PALESTRA DE ABERTURA 2013: PROF. DR. RICARDO BARBERENA

QUESTÕES DA PÓS-MODERNIDADE: A NOÇÃO DE CONTEMPORÂNEO

Na manhã de sábado, 6 de abril, aconteceu a palestra de abertura dos Seminários Leitura do séc. XXI 2013.
Ouvimos o Prof. Dr. Ricardo Barberena, que falou sobre a noção de contemporâneo e apresentou a leitura da obra Ó, de Nuno Ramos. 
Duas questões serviram de introdução para a fala de Barberena. 


Por que falar de autores do século XXI?
O livro “Ó”, do artista plástico e escritor NUNO RAMOS, foge às tipologias habituais que se relacionam à forma (romance, conto, novela, etc) e mesmo às classificações genéricas de narrativas ou líricas. Foi objeto de premiações nacionais, dentre as quais o prêmio PORTUGAL TELECOM (2009).

O QUE É SER CONTEMPORÂNEO?  Ser contemporâneo de quem?
Segundo Agamben trata-se de uma atitude crítica, não mais de uma relação entre sincronia e diacronia. O contemporâneo é o intempestivo, uma “vértebra quebrada no dorso da história“, conforme Nuno Ramos. Essa noção advém das colocações de Walter Benjamin e antes dele, de Nietsche. Não se trata de uma questão ontológica ou apriorística, mas de uma atitude crítica de discronia. Essa atitude impede o tempo de ser composto.
Pode-se falar também de uma visão no escuro, na ausência da luz, quando o que se obtém é um produto da retina.
Os contemporâneos são interpelados pelo escuro de seu tempo. Recebem no rosto o facho das trevas que provém do seu tempo. Pode-se falar numa “visão crítica” que permite olhar as trevas. Os contemporâneos são raros: trata-se de uma questão de coragem para desalojar o “status quo” vigente. Isso implica ir contra a consensualidade e as ideologias.









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