Pensando no encontro, Vinícius mandou um texto-aperitivo para o blog:
Léon Ferrari, Planet |
No texto História natural da ditadura (2006), de Teixeira Coelho, desenvolve-se uma narrativa ensaística em que o narrador reconstitue e problematiza o passado por meio da confecção de uma memorialística poético-reflexiva. De um capítulo para outro, ele passa pelos rastros de Walter Benjamin em Portbou, pela obra de Léon Ferrari durante a ditadura argentina e pelas conversas sobre cinema e posições polítcas durante a ditadura brasileira. O narrador, ao mesmo tempo em que perfila referências literárias, pictóricas, cinematográficas e filosóficas, todas eruditas, enumera fatos históricos de diferentes épocas, promovendo “uma estética da coincidência” (TEZZA, 2006), conceito que daria sentido a um mundo de fragmentos, rastros e restos em que a História com “H” maiúsculo seria um paradoxo. Após passarmos pelos cinco capítulos (também chamados de “livros”), um movimento interessante é tentar remontar esse puzzle de informações e reflexões. Deste modo, além de identificar, afinal de contas, quem é que nos conta essas histórias, podemos desvelar as nuances dos estados de exceção que o livro aborda, termo que abrange diferentes experiências humanas em regimes autoritários.
Excelente a oportunidade de participar destes seminários, tenho aprendido muito sobre a literatura como forma de entendimento do nosso pleomórfico mundo contemporâneo, obrigada Léa! Luciane Lubianca.
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